Resenha: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.
LUMOS!
Atenção leitores, o texto abaixo contém um nível alto de Spoiler. Se decidir continuar, será por sua conta e risco.
Sejamos francos: Falta muito para que “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” seja considerada uma continuação da saga Harry Potter. E apesar de sabermos que há inúmeros motivos para isso, motivos que logo explicarei, o livro não chega a ser de todo tão ruim, ou menos mágico.
Também não sei se há como medir o nível de magicidade de uma história, mas claramente há uma grande disparidade no nível estético, no desenvolvimento da escrita deste livro ao ponto de nos deixar perguntando: como a J.K. Rowling pode ter dado aval para um lançamento desses? Percebam, ainda não estou me referindo ao se tratar de um roteiro adaptado para o teatro, não é bem isso. Mas conhecemos bem a lista de ingredientes que formulam as histórias de Harry Potter, e quando lemos o tão aguardado oitavo livro, sentimos falta de uma gama de ingredientes importantes. São dois atos que mal se resumem em 320 páginas. Há buracos monstruosos que necessitam ser explicados, e é notória a recusa, o estranhamento, e a não aceitação de uma parte dos fãs. Para quem esperava uma história com infinitos detalhes sobre a vivência dos personagens e uma narrativa de peso, como todos estavam acostumados a ver nos livros anteriores, a oitava história vai decepcionar, como já vem fazendo. Esse formato teatral sempre irá priorizar os diálogos, e você só reconhecerá quem está falando ao ler o nome do personagem antes da frase. Seria impossível nos guiar pelo que já conhecemos de cada personagem, e isso foi motivo de muito debate entre os fãs da série. Dizem as más línguas que talvez a J.K. Rowling nem tenha de fato escrito uma palavra sequer do que está impresso no livro, pois muitos alegam não reconhecer mais os personagens por suas falas e atitudes. Outros prefeririam deixar tais impressões de lado, e responsabilizar o tempo por essa mudança, afinal temos o amadurecimento dos personagens que conhecíamos bem.
Atenção leitores, o texto abaixo contém um nível alto de Spoiler. Se decidir continuar, será por sua conta e risco.
Sejamos francos: Falta muito para que “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” seja considerada uma continuação da saga Harry Potter. E apesar de sabermos que há inúmeros motivos para isso, motivos que logo explicarei, o livro não chega a ser de todo tão ruim, ou menos mágico.
Também não sei se há como medir o nível de magicidade de uma história, mas claramente há uma grande disparidade no nível estético, no desenvolvimento da escrita deste livro ao ponto de nos deixar perguntando: como a J.K. Rowling pode ter dado aval para um lançamento desses? Percebam, ainda não estou me referindo ao se tratar de um roteiro adaptado para o teatro, não é bem isso. Mas conhecemos bem a lista de ingredientes que formulam as histórias de Harry Potter, e quando lemos o tão aguardado oitavo livro, sentimos falta de uma gama de ingredientes importantes. São dois atos que mal se resumem em 320 páginas. Há buracos monstruosos que necessitam ser explicados, e é notória a recusa, o estranhamento, e a não aceitação de uma parte dos fãs. Para quem esperava uma história com infinitos detalhes sobre a vivência dos personagens e uma narrativa de peso, como todos estavam acostumados a ver nos livros anteriores, a oitava história vai decepcionar, como já vem fazendo. Esse formato teatral sempre irá priorizar os diálogos, e você só reconhecerá quem está falando ao ler o nome do personagem antes da frase. Seria impossível nos guiar pelo que já conhecemos de cada personagem, e isso foi motivo de muito debate entre os fãs da série. Dizem as más línguas que talvez a J.K. Rowling nem tenha de fato escrito uma palavra sequer do que está impresso no livro, pois muitos alegam não reconhecer mais os personagens por suas falas e atitudes. Outros prefeririam deixar tais impressões de lado, e responsabilizar o tempo por essa mudança, afinal temos o amadurecimento dos personagens que conhecíamos bem.
Aliás, o tempo é uma coisa muito importante nessa nova história.
É justamente em "Harry Potter e a Criança Amaldiçoada" que nos damos conta de que o tempo passou e o trio envelheceu. Há passagens em que eles praticamente expressam o quanto “estão cansados”. Harry agora é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido, pai de três crianças em idade escolar, e apesar de beirar seus 40 anos de idade, me fez relacionar seu comportamento com o "Harry adolescente" de Harry Potter e Ordem da Fênix, o que confesso, não me ajudou muito, pois eu só tive uma boa relação com esse personagem até o terceiro livro, após isso Harry se tornou um desastre para mim. Rony tomou para si o papel de mãe e dono de casa, enquanto Hermione vive para o trabalho, agora que é Ministra da Magia. O sucesso de Hermione sempre foi evidente, ela não mudou muito, apenas perdeu um pouco de sua sagacidade. Rony é inserido na trama na tentativa de ser o ponto cômico de tudo, mas falha miseravelmente. O casamento de ambos os casais parecem fadados a rotina, a uma vivência de casais que não se amam mais. E acho que não estou pegando pesado com essa impressão.
Basicamente a história meneia entre o conhecido trio ternura, e a fulminante amizade de Escórpio Malfoy e Alvo Severo Potter, os mais novos integrantes da Sonserina. Enquanto os mais velhos se deparam com a existência de um vira-tempo restante nas mãos de um antigo comensal da morte, Alvo Severo Potter se depara com o peso de ser filho do famoso Harry Potter, e por ser o primeiro da linhagem a não ir para a Grifinória. Também vamos notar os conflitos entre Harry e Alvo, a incapacidade comunicativa entre os dois, onde deixa claro o despreparo do Harry em ser pai. Para os fãs mais apaixonados que o defendem dessa acusação, Harry nunca teve uma figura paterna forte e presente, quando na verdade ouso dizer que teve, por pouco tempo, mas teve as duas presenças paternas mais importantes que ele poderia ter: Sirius Black e Dumbledore. Tiago Potter nunca teria sido um bom pai para o Harry, que veio a sua cópia, e logo a seguir, o Tiago Sirius Potter. É como diria a minha amiga Daniela Pena: "nada de bom poderia ter saído de Tiago Potter", e aí está a prova e contra-prova.
Se você, assim como eu é pertencente a Grifinória, ou a Lufa-Lufa ou Corvinal, vai ser nesse livro que sua simpatia pela Sonserina irá aumenta consideravelmente, já que a amizade de Alvo e Escórpio parece não se abalar por nada, mesmo quando Escórpio é acusado de ser o suposto herdeiro de Voldemort, e não filho do agora preocupado e zeloso Draco Malfoy. Draco Malfoy este que, pasmem, consegue ser um melhor pai do que o Harry em toda a trama.
Porém nem tudo está perdido. Todo o teor cômico da história vem de Escórpio, que é bastante extrovertido e relaxado. Abra um grande parênteses nas criticas para bela amizade construída por esses dois, e mais um adendo: se caso o Escórpio não houvesse citado seu interesse romântico pela Rosa, filha do Rony com a Hermione, eu poderia sugerir que estaríamos próximos a ter um casal homoafetivo na série. No mais a Delphini é a construção mais desastrosa de vilã de todos os tempos. J.K. Rowling em sua magnitude criativa poderia ter inventado qualquer outro tipo de vilão, e não "uma filha para Voldemort". Convenhamos que eu jamais imaginaria o Voldemort tendo um affair com a Belatrix Lestrange. E mais, quando a gravidez desta teria acontecido, e como passaria despercebido para os demais?
Então viajando entre um buraco e outro, indo e vindo no tempo com esses dois personagens cativantes e suas desventuras, fica mais uma pergunta no ar. Onde diabos está Hugo Wesley, o filho do casal Wesley-Granger?
Muitas perguntas ainda permanecem, e J.K. Rowling parece não estar preocupada em respondê-las no momento, o que é uma pena.
E para finalizar, eu que fui um dos que mais reclamaram do sétimo e "último" livro da saga, e daquele epílogo desastroso, deixei de me preocupar com os nomes dos filhos do Harry - porque até o Draco conseguiu ser mais criativo na escolha do nome para o filho - me contento apenas em dizer que o livro é bom, e recomendo a todos os fãs que o leiam. Porque apesar de todos os pesares é bom segurar novamente algo da série, e mergulhar na magia de J.K. Rowling. É instigante, me prendeu durante todos os dois dias que eu precisei para lê-lo. Vá de coração aberto, mas sem esperar muito, só você sabe o que vai sentir, e o que vai pensar depois que terminar de ler este livro.
Título: Harry Potter and the Cursed Child
Autor: J.K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
Editora: Little Brown and Company
Páginas: 320
Classificação: ⭐⭐⭐⭐
NOX!
NOX!
Nenhum comentário
Eu juro solenemente não fazer nada de bom.