Analisando nossos poemas favoritos em Harry Potter.
Às vezes o mundo bruxo pode ficar um pouco poético.
Seja a rima perfeita do Pirraça "Potter pirado" ou os dísticos sublimes da esfinge do Torneio Tribruxo, nós podemos encontrar poesia em muitos lugares inesperados do Mundo Bruxo. Então nós desenferrujamos nossos diplomas de Literatura Inglesa e avaliamos alguns desses versos mágicos sob um ponto de vista técnico. Bem, tipo isso. Quem é o melhor poeta do mundo bruxo? Curiosamente, Severo Snape está no topo da lista...
Poema das Poções de Snape
Em A Pedra Filosofal, vários professores de Harry Potter contribuíram para a proteção da Pedra em suas maneiras distintas - todas conectadas às suas habilidades mágicas. O obstáculo de Snape era, lógico, ligado à arte de fazer poções e sua resolução levaria Harry até a próxima sala. Mas para isso ele teria que passar por uma fileira de poções contendo algo sinistro. As garrafas vieram com uma charada em forma de poesia e devemos dizer que ficamos bem impressionados com ela. Aqui está:
O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás,
Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,
Uma das sete o deixará prosseguir,
A outra levará de volta quem a beber,
Duas de nós conterão vinho de urtigas,
Três de nós aguardam em fila para o matar,
Escolha, ou ficará aqui para sempre,
E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:
Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno,
Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas;
Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado,
Mas se você quiser avançar nenhuma é sua amiga;
Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes,
Nem anã nem giganta leva a morte no bojo;
Quarta, a segunda à esquerda e a segunda à direita
São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista.
- Harry Potter e a Pedra Filosofal.
O enigma, composto por dísticos que rimam, requer um grande senso de ritmo - o que nós definitivamente não estávamos esperando da parte de Snape, se é que ele mesmo a escreveu. Lógico, o poema age como uma charada mas além disso, é necessário uma grande habilidade para elaborá-lo.
Descrever as garrafas como dissimuladas, gêmeas, anãs e gigantes é um uso de personificação, uma técnica literária clássica usada por Shakespeare para conferir vida aos objetos inanimados. Personificar essas garrafas demonstra o amor intenso de Snape por fazer poções e confere um toque de magia ao seu enigma. Talvez ele deveria ter se intitulado o Bardo Mestiço?
O poema da esfinge
Primeiro pense no lugar reservado aos sacrifícios,
Seja em que templo for.
Depois, me diga que é que se desfolha no inverno e torna a brotar na primavera?
E finalmente, me diga qual é o objeto que tem som, luz e ar e flutua na superfície do mar?
Agora junte tudo e me responda o seguinte,
Que tipo de criatura você não gostaria de beijar?
- Harry Potter e o Cálice de Fogo.
Outro enigma em versos, dessa vez cortesia da esfinge que Harry encontrou durante o Torneio Tribruxo. A resposta é "araribóia" pelo jeito.
O poema está mais uma vez composto inteiramente por dísticos, que são elementos comuns em um enigma. Enigmas sempre usaram jogos de palavras e trocadilhos e usam estruturas em versos desde os primórdios da humanidade, particularmente na Grécia Antiga e em Roma. Bem, não é divertido se não rimarem, certo?
O poema do Dia dos Namorados
Ah, Gina. Bem, provavelmente foi Gina. Ah, vamos lá, definitivamente foi Gina. Estamos, é claro, falando sobre o infame poema dos namorados que Harry recebeu em seu segundo ano. O sapo fresco em conserva, sim. Aqui está um lembrete disso em sua totalidade...
Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos,
Teus cabelos, negros como um quadro de aula.
Queria que tu fosses meu, garoto divino,
Herói que venceu o malvado Lorde das Trevas.
- Harry Potter e a Câmara Secreta
Essa quadra simples, um poema de quatro linhas ou stanza, pode ter causado alguns rostos vermelhos de vergonha quando entregues a Harry no meio dos corredores de Hogwarts mas, considerando que Gina tinha apenas 11 anos quando (provavelmente) escreveu-a, nós definitivamente podemos ver um talento para a escrita nela. O uso de símiles ("... teus cabelos negros são como um quadro de aula") é uma técnica tradicional que remonta aos tempos de poetas como Robert Burns - que escreveu linhas como "O meu amor é como uma rosa vermelha."
O poema usa uma técnica simples de esquema ABAB, o tipo de esquema que você vê em poesias românticas, como sonetos. Rimando a primeira linha com a terceira tende a dar aos poemas um efeito mais duradouro e imaginamos que Gina queria que fosse bem romântico. Mas, talvez comparar os olhos de Harry com um sapo não tenha sido a escolha mais lisonjeira.
O poema de Gringotts
Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
pois vai encontrar mais do que procurou.
- Harry Potter e a Pedra Filosofal
Esse poema está gravado no par de portas de prata dentro do banco de Gringotes e provavelmente foi composto pelos duendes que sempre guardaram seus cofres. Direcionado aos potenciais ladrões de Gringotes, o poema adverte aqueles que entrarem que "terão que pagar caro" se tentarem colocar suas mãos em algo que não lhes pertence dentro do banco.
Em suma, esse poema foi claramente escrito para afugentar os possíveis ladrões. Trabalho bem feito, duendes.
As canções de Pirraça
É difícil dizer se as criações artísticas de Pirraça eram canções, poemas, raps em estilo livre ou... mas Pirraça sendo Pirraça, de qualquer maneira, elas rimavam, então quem somos nós para negar a Pirraça um louvor à sua obra? Vamos olhar alguns dos clássicos...
Vencemos, esmagamos a fera, Potter é o Máximo,
Voldy já era, então agora vamos nos divertir à vera!
- Harry Potter e as Relíquias da Morte
"Composta" após o final da Batalha de Hogwarts, essa é apenas uma das muitas rimas com que Pirraça esporadicamente atormentava os alunos de Hogwarts - apesar de que devemos admitir que essa era muito bem-vinda.
Mas temos que entregar a ele - não apenas ele nos proporcionou um dístico bem-humorado no final de uma sequência devastadora de eventos, mas também nos entregou uma rima atrevida - como o uso de Voldy já era. Tudo certo, Pirraça pode até não ser o poeta mais eloquente do Mundo Bruxo mas certamente um pouco de humor veio a calhar após a Batalha de Hogwarts.
Rony nos deu um bom resumo da poesia de Pirraça: "– Realmente passa o sentimento da amplitude e tragédia da coisa, não é mesmo?"
[+] Traduzido do site Pottermore.
Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,
Uma das sete o deixará prosseguir,
A outra levará de volta quem a beber,
Duas de nós conterão vinho de urtigas,
Três de nós aguardam em fila para o matar,
Escolha, ou ficará aqui para sempre,
E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:
Primeira, por mais dissimulado que esteja o veneno,
Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas;
Segunda, são diferentes as garrafas de cada lado,
Mas se você quiser avançar nenhuma é sua amiga;
Terceira, é visível que temos tamanhos diferentes,
Nem anã nem giganta leva a morte no bojo;
Quarta, a segunda à esquerda e a segunda à direita
São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista.
- Harry Potter e a Pedra Filosofal.
O enigma, composto por dísticos que rimam, requer um grande senso de ritmo - o que nós definitivamente não estávamos esperando da parte de Snape, se é que ele mesmo a escreveu. Lógico, o poema age como uma charada mas além disso, é necessário uma grande habilidade para elaborá-lo.
Descrever as garrafas como dissimuladas, gêmeas, anãs e gigantes é um uso de personificação, uma técnica literária clássica usada por Shakespeare para conferir vida aos objetos inanimados. Personificar essas garrafas demonstra o amor intenso de Snape por fazer poções e confere um toque de magia ao seu enigma. Talvez ele deveria ter se intitulado o Bardo Mestiço?
O poema da esfinge
Primeiro pense no lugar reservado aos sacrifícios,
Seja em que templo for.
Depois, me diga que é que se desfolha no inverno e torna a brotar na primavera?
E finalmente, me diga qual é o objeto que tem som, luz e ar e flutua na superfície do mar?
Agora junte tudo e me responda o seguinte,
Que tipo de criatura você não gostaria de beijar?
- Harry Potter e o Cálice de Fogo.
Outro enigma em versos, dessa vez cortesia da esfinge que Harry encontrou durante o Torneio Tribruxo. A resposta é "araribóia" pelo jeito.
O poema está mais uma vez composto inteiramente por dísticos, que são elementos comuns em um enigma. Enigmas sempre usaram jogos de palavras e trocadilhos e usam estruturas em versos desde os primórdios da humanidade, particularmente na Grécia Antiga e em Roma. Bem, não é divertido se não rimarem, certo?
O poema do Dia dos Namorados
Ah, Gina. Bem, provavelmente foi Gina. Ah, vamos lá, definitivamente foi Gina. Estamos, é claro, falando sobre o infame poema dos namorados que Harry recebeu em seu segundo ano. O sapo fresco em conserva, sim. Aqui está um lembrete disso em sua totalidade...
Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos,
Teus cabelos, negros como um quadro de aula.
Queria que tu fosses meu, garoto divino,
Herói que venceu o malvado Lorde das Trevas.
- Harry Potter e a Câmara Secreta
Essa quadra simples, um poema de quatro linhas ou stanza, pode ter causado alguns rostos vermelhos de vergonha quando entregues a Harry no meio dos corredores de Hogwarts mas, considerando que Gina tinha apenas 11 anos quando (provavelmente) escreveu-a, nós definitivamente podemos ver um talento para a escrita nela. O uso de símiles ("... teus cabelos negros são como um quadro de aula") é uma técnica tradicional que remonta aos tempos de poetas como Robert Burns - que escreveu linhas como "O meu amor é como uma rosa vermelha."
O poema usa uma técnica simples de esquema ABAB, o tipo de esquema que você vê em poesias românticas, como sonetos. Rimando a primeira linha com a terceira tende a dar aos poemas um efeito mais duradouro e imaginamos que Gina queria que fosse bem romântico. Mas, talvez comparar os olhos de Harry com um sapo não tenha sido a escolha mais lisonjeira.
O poema de Gringotts
Entrem, estranhos, mas prestem atenção
Ao que espera o pecado da ambição,
Porque os que tiram o que não ganharam
Terão é que pagar muito caro,
Assim, se procuram sob o nosso chão
Um tesouro que nunca enterraram,
Ladrão, você foi avisado, cuidado,
pois vai encontrar mais do que procurou.
- Harry Potter e a Pedra Filosofal
Esse poema está gravado no par de portas de prata dentro do banco de Gringotes e provavelmente foi composto pelos duendes que sempre guardaram seus cofres. Direcionado aos potenciais ladrões de Gringotes, o poema adverte aqueles que entrarem que "terão que pagar caro" se tentarem colocar suas mãos em algo que não lhes pertence dentro do banco.
Em suma, esse poema foi claramente escrito para afugentar os possíveis ladrões. Trabalho bem feito, duendes.
As canções de Pirraça
É difícil dizer se as criações artísticas de Pirraça eram canções, poemas, raps em estilo livre ou... mas Pirraça sendo Pirraça, de qualquer maneira, elas rimavam, então quem somos nós para negar a Pirraça um louvor à sua obra? Vamos olhar alguns dos clássicos...
Vencemos, esmagamos a fera, Potter é o Máximo,
Voldy já era, então agora vamos nos divertir à vera!
- Harry Potter e as Relíquias da Morte
"Composta" após o final da Batalha de Hogwarts, essa é apenas uma das muitas rimas com que Pirraça esporadicamente atormentava os alunos de Hogwarts - apesar de que devemos admitir que essa era muito bem-vinda.
Mas temos que entregar a ele - não apenas ele nos proporcionou um dístico bem-humorado no final de uma sequência devastadora de eventos, mas também nos entregou uma rima atrevida - como o uso de Voldy já era. Tudo certo, Pirraça pode até não ser o poeta mais eloquente do Mundo Bruxo mas certamente um pouco de humor veio a calhar após a Batalha de Hogwarts.
Rony nos deu um bom resumo da poesia de Pirraça: "– Realmente passa o sentimento da amplitude e tragédia da coisa, não é mesmo?"
[+] Traduzido do site Pottermore.
Nenhum comentário
Eu juro solenemente não fazer nada de bom.