Sangue do Inimigo, revele seu adversário.
O papel dessa análise não é voltado a encontrar problemas de ritmo ou na estrutura do roteiro escolhida pela autora da série Harry Potter, mas, discutir e teorizar elementos futuros dos próximos três episódios da série, fundamentados no folclore bruxo. Tampouco chamar a autora da série de "louca" pelo que foi escrito em "A Criança Amaldiçoada", que é considerada, dentro das premiações teatrais nos países em que foi encenada, uma das montagens mais inovadoras do Teatro Infanto-Juvenil. Inclusive, pense com calma: quantos autores juvenis de grande repercussão experimentaram recentemente o Teatro como plataforma de diálogo com os mais jovens?
Voltando ao foco dessa análise, J.K. Rowling parece ter desagradado muitos fãs da série pelas "modificações" apresentadas em Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald; Em especial, com a inclusão da professora Minerva ao passado de Newt e Leta Lestrange. O novo episódio é uma transição, um quebra cabeça, uma estrutura que revela o animalesco nos seres humanos, nos bruxos e como as responsabilidades e os deveres não podem ser mais adiados. J.K. escreve seus livros e roteiros - além de ter fundado em 2011 o Pottermore, uma enciclopédia em constante expansão do universo da série, sempre atualizado e portanto editável - a quase 30 anos e seu conhecimento em mitologia - e também da sua própria - é notável, contestável pelas teorias, incontestável por seu talento.
Pensando nessa característica e em sua capacidade de conciliar narrativa heroica, romance de internato (uma tradição comum a literatura Britânica), questões políticas, civis e de gênero, além do clássico mistério, o livro "O Manual do Bruxo" de Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek (Editora Sextante, Segunda Edição, 2003) é a principal base enciclopédica para tentar "amarrar" algumas questões sugeridas no segundo filme da nova série do mundo mágico.
Ao afirmar isso, não faz qualquer sentido ser fã da autora e não acreditar que os fatos de Animais Fantásticos deixaram de ser verossímeis (tanto pela cronologia, como pela liberdade da autora em gerar modificações que trarão benefícios a trama).
Voltando ao foco dessa análise, J.K. Rowling parece ter desagradado muitos fãs da série pelas "modificações" apresentadas em Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald; Em especial, com a inclusão da professora Minerva ao passado de Newt e Leta Lestrange. O novo episódio é uma transição, um quebra cabeça, uma estrutura que revela o animalesco nos seres humanos, nos bruxos e como as responsabilidades e os deveres não podem ser mais adiados. J.K. escreve seus livros e roteiros - além de ter fundado em 2011 o Pottermore, uma enciclopédia em constante expansão do universo da série, sempre atualizado e portanto editável - a quase 30 anos e seu conhecimento em mitologia - e também da sua própria - é notável, contestável pelas teorias, incontestável por seu talento.
Pensando nessa característica e em sua capacidade de conciliar narrativa heroica, romance de internato (uma tradição comum a literatura Britânica), questões políticas, civis e de gênero, além do clássico mistério, o livro "O Manual do Bruxo" de Allan Zola Kronzek e Elizabeth Kronzek (Editora Sextante, Segunda Edição, 2003) é a principal base enciclopédica para tentar "amarrar" algumas questões sugeridas no segundo filme da nova série do mundo mágico.
Ao afirmar isso, não faz qualquer sentido ser fã da autora e não acreditar que os fatos de Animais Fantásticos deixaram de ser verossímeis (tanto pela cronologia, como pela liberdade da autora em gerar modificações que trarão benefícios a trama).
Reencontros nem sempre são bem-vindos!
No início do novo episódio, Grindelwald consegue finalmente fugir da prisão em uma cena de ação maravilhosa e que apesar da sua pirotecnia, nos entrega um detalhe muito consistente para o desenvolvimento do aspecto "mitológico" dos próximos três episódios: um "pingente" é devolvido ao novo inimigo do mundo Bruxo. Em Harry Potter e em toda mitologia do Reino Unido, objetos, entidades, animais, seres metafísicos, o ar, são também partes essenciais para compreender as lendas e os mitos propostos de geração à geração: A lenda do Rei Arthur, seu Cálice Sagrado, Merlim e a alta Magia, a grande deusa da Wicca, a influência dos Celtas, são alguns exemplos consistentes que reverberam nos retalhos que J.K. Rowling escreve em "Os Crimes de Grindelwald"; E não apenas essas lendas são parte desse contexto, mas o Egito (e o Ouro) e a China também são duas bases pulsantes para o novo material.
O deslocamento
Dumbledore está impossibilitado de tomar qualquer atitude direta contra Grindelwald e sua relação com o bruxo das trevas foi além da intensa amizade: existe um sentimento mal resolvido entre os dois, que em sugestão elegante no filme, confirmou a natureza também sexual dessa conturbada relação. Pensando em seu passado - e em seus erros - pressionado pelo Ministério da Magia e proibido de utilizar Magia, Dumbledore recorre antecipadamente a Newt Scamander, por quem nutre grande Admiração: Newt é um idealista culto e que não possui um objetivo superficial, seu foco são as regulamentações mágicas sobre Os direitos dos Animais e justamente por isso, Dumbledore o considera uma figura que não deseja o poder, mas que pensa na consistência, no impacto e que detalhes do mundo Bruxo serão alterados em um processo de legislação "civilizatória".
Essa característica, inclusive, também das Leis, sistemas de Poder e sobre quem governa a vida do outro sempre esteve muito presente no universo Bruxo. É também essa rica atmosfera de ordem não proferida e de Missão implícita que cria o Argumento dos "Crimes" e partindo da carta "Bússola" entregue por Dumbledore, acompanhamos os desdobramentos com as personagens do filme anterior (Queenie, Jacob, Creedence e Tina).
Paris é uma praça
Tina Goldestein - agora uma bruxa de reputação incontestável por seus feitos no episódio anterior - compreende que Creedence está por algum motivo seguindo um circo em Paris: é nesse contexto de subtramas condicionadas pelos planos de Grindelwald, que todas as personagens são inseridas em um mesmo núcleo durante um final apocalíptico e que para muitos "desrespeitou" o aspecto mitológico do uso das Varinhas e da Magia quando comparado aos sete anos de Harry Potter:
É evidente que por ocorrer nas décadas de 1920 e 1930, Animais Fantásticos, apresenta a "magia" em um estado de uso muito mais "arcaico", "tradicionalista" e em alguns aspectos, irresponsável. Essa desordem e como consequência, o descumprimento da Lei - também visível na desobediência de Newt ao não assumir um cargo no Ministério da Magia por indicação do seu irmão, Teseu), atrai ao contexto do novo filme, uma célebre figura dos livros Pedra Filosofal e Câmera Secreta: Nicolal Flamel (que é interpretado por ninguém menos que Brontis Jodorowsky, filho do grande mago da psicomagia e do cinema místico, Alejandro Jodorowsky - essa sacada inclusive é brilhante enquanto metalinguagem, para quem não conhece os filmes do diretor vale a indicação de EL Topo, Poesia Sem Fim e a Montanha Sagrada).
Ouro de Touro, Ouroboro: Draco Dormiens Nunquam Titillandus
Nicolas Flamel (no original) é introduzido com bastante simpatia em um encontro com Jacob (que precisa localizar sua amada Queenie em Paris - uma das grandes incógnitas da nova série) em sua casa. A placa na entrada da sua residência é o símbolo Químico (relacionado ao processo de Alquimia) do Ouro que recorre a Newt na carta "Bússola" que Dumbledore entregou em seu breve encontro em Londres. Por indicação de Dumbledore, Newt utiliza o espaço em Paris para estudos e análises sobre o que acontecerá com os animais e claro, sobre os planos de Grindelwald que envolvem um exército "antissemita".
O Ouro na idade média era o metal mais apreciado e disputado por sua valiosa composição monetária e pela ideia mitológica de que sua composição era capaz de ajudar a descobrir como realizar o ritual de fabricação da Pedra Filosoal. Nicolas Flamel é constantemente lembrado como o responsável por encontrar essa Pedra, graças ao seu alto conhecimento em Alquimia, que é a junção das seguintes áreas: Química, Astrologia, Antropologia, Magia, Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião.
Em "Os Crimes de Grindelwald" Flamel é visto abrindo um cofre com a tão famosa Pedra e a partir da leitura do que parece ser um Grimório da alta comunidade Mágica (muito provavelmente figuras já premiadas com a Ordem de Merlim - que mede os grandes conhecimentos destinados ou os feitos incomparáveis na comunidade Bruxa) conversa com sua esposa, Perenelle, sobre auxiliar "alguém" que notavelmente reconhece seu apoio: além de interferir na batalha contra Grindelwald no cemitério da família Lestrange, certamente esse mesmo diálogo está ligado à Dumbledore - seus associados - e a sua pesquisa tão alardeada quanto aos 12 usos do Sangue do Dragão (Harry Potter e a Pedra Filosofal, página 189 e 190), até hoje parcialmente revelado; Esse mesmo diálogo sugere que Dumbledore e Flamel querem identificar qual ritualística (ou arma) será necessária para confrontar Gindelwald no que podemos chamar de antemão - livremente - de "A Batalha do Chumbo e do Ouro", além de introduzir o famoso trabalho executado por Dumbledore e Flamel, destacado no Card encontrado dentro do Sapo de Chocolate em "A Pedra Filosofal".
Outro ponto é que essa aliança entre os dois Bruxos visa à destruição da "Joia" que selou o pacto de sangue entre Dumbledore e Grindelwald. Como afirma o próprio Dumbledore em "As Relíquias da Morte", "Existem coisas muito piores do que a própria Morte", e nesse sentido, a sua ligação com Grindelwald ficará em seu corpo para sempre, já que os Pactos de Sangue são como "dons" transmitidos, imutáveis e que enquanto houver vida, haverá resquício do acordo. Ambos estão materialmente ligados e essa dicotomia certamente terá influência ao longo dos novos episódios - não da mesma maneira como ocorreu entre Harry e Voldemort - mas, com um preço a ser pago através da alta Magia, da transmutação do sangue, ou parafraseando o próprio Dumbledore, com algo que vai além da própria dissolução da Matéria e por este motivo Grindelwald ainda é citado - e encontra-se vivo - até o final dos anos 90. Isso inclusive pode explicar o envelhecimento acelerado de ambos, por conta do grau de "contaminação" oculta no corpo físico.
Em "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" e na "Pedra Filosofal", os Dragões são mencionados em dois contextos de extrema importância; O conhecimento de Dumbledore sobre o sangue de dragão é portanto mencionado, durante a visita ao professor Horácio Slughorne:
– A propósito, que tipo de sangue era aquele? – perguntou Dumbledore em voz alta, para abafar o carrilhão do relógio recém-consertado. - Nas paredes? Dragão – gritou o bruxo chamado Horácio enquanto o lustre tornava a se prender no teto, com ensurdecedores ruídos metálicos. (Harry Potter e o Enigma do Príncipe - Página 55).
No Filme, Dumbledore "experimenta" levemente o Sangue que encontra no teto daquela sala.
Por sua vez, na Pedra Filosofal - e aqui entende-se que é da série Harry Potter o livro mais importante para entender a força desse universo, Rony explica como os Dragões são vistos pela sociedade Bruxa:
Nesta descrição, fica evidente que os Dragões - também por serem naturais da Áustria, Bulgária, Dinamarca, Noruega, Cornualha, além do Leste Europeu e da China, são o alvo para Grindelwald em seu contexto de dominação e de colisão entre dois mundos tão dispares; Essas criaturas de couraça poderosa e com alto teor sanguíneo corrosivo, terão uma grande importância na forma em que o universo bruxo será impactado.
Criar dragões foi proibido pela Convenção dos Bruxos de 1709, todo o mundo sabe disso. Você não pode domesticar dragões, é perigoso. Você deve ver as queimaduras que o Carlinhos ganhou lá na Romênia (...) - Rony Weasley (Harry Potter e a Pedra Filosofal - Página 199).
Nesta descrição, fica evidente que os Dragões - também por serem naturais da Áustria, Bulgária, Dinamarca, Noruega, Cornualha, além do Leste Europeu e da China, são o alvo para Grindelwald em seu contexto de dominação e de colisão entre dois mundos tão dispares; Essas criaturas de couraça poderosa e com alto teor sanguíneo corrosivo, terão uma grande importância na forma em que o universo bruxo será impactado.
As chamas azuladas que o bruxo das trevas consegue desenvolver devem exercer farto controle sobre essas mesmas criaturas; O Fogo azul, como é conhecido, possui uma propriedade mágica poderosa e que não pode ser facilmente apagado por outros elementos, seja da alquimia ou seja da própria magia. É reconhecido também na série, em 1932, que Tilly Toke (Fonte: Pottermore) - premiada com a Ordem de Merlim - salvou a vida de diversos trouxas que sofreram um ataque de um Dragão Comum Verde Galês em Ilfracombe, cidade costeira do Reino Unido - o uso do Obliviate nesta situação foi notório, conforme também confirma o Livro Animais Fantásticos & Onde Habitam, Página 16. Esse detalhe chama atenção porque além de mencionar a Alta Premiação Bruxa, também segue a ordem cronológica e temática da nova série, associada ao formato (de Demônios Draconianos) dos feitiços que Grindelwald utiliza no segundo filme da série.
O enredo passado nos dois primeiros - entre 1926 e 1927 - provavelmente terá um salto de dois ou mais anos no terceiro e quase 19 anos entre o primeiro e o quinto filme, onde finalmente será possível ver Hagrid e Voldemort Jovens e o incidente do Basilisco, com a Câmara Secreta. Nesse contexto Newt muito provavelmente terá uma importância diplomática nos debates que envolvem o racismo contra os bruxos de "Meio-Sangue" ou mestiços, o que possibilitará também, mais à frente, nos anos 60, um amadurecimento das relações entre Bruxos e Trouxas, além da Lei que proíbe a criação experimental de criaturas fantásticas em 1965 (Animais Fantásticos & Onde Habitam, página 19).
OBS.: Durante a revisão deste texto descobrimos que o fogo azulado é descrito no roteiro do segundo filme da série "Animais" como um feitiço das trevas conhecido como "Protego Diabolica"; Esse feitiço é uma junção - indireta - de diversas magias malignas que testam em um dado contexto a honestidade de um Bruxo, servindo como portal, ou para delimitar o espaço como escudo do Bruxo que o conjura. Esse mesmo feitiço também remete as chamas "escurecidas" no desafio do veneno que Hermione enfrenta na Pedra Filosofal. O professor Flitwick também utiliza uma magia semelhante, conhecida como "Protego Horribilis", ao longo das séries. É claro que essas características são novas, o que não exclui a possibilidade do "Fogo Maldito" ser realmente parte da complexa composição desse sombrio encantamento - Agradecimento aos nossos leitores; Principal Fonte: Fandom Harry Potter, 2018.
Essa "transfiguração" de um corpo, ou de uma parte importante - quimicamente - para a manutenção da vida (o uso do sangue ou da transformação de alguém em outra entidade, ou animal) pode explicar um dos aspectos mais alardeados - negativamente - contra o novo filme: Por qual o motivo Minerva aparece antecipadamente (se isso desrespeita o antigo contexto cronológico da Saga)? A sua formação em transfiguração é a resposta.
Assim como Merlim (Manual do Bruxo, página 212) possui o Dom da Transfiguração, Minerva muito provavelmente retorna ao universo de Animais por carregar essa capacidade, além de ser notavelmente, um dos raros Animagos reconhecidos legalmente pelo Ministério da Magia. Para muitos, a presença de Nagini também ficou sem sentido, contudo, a mitologia das "Nagas" ou "O Povo Serpente" - também conhecidas como Nagini - de base Hindu, ou "mulheres com corpos de Serpente", mostra em sua descrição que essas mulheres são perseguidas por Garuda, o homem-pássaro. Essa relação com bestas aladas de alguma maneira cruzará os caminhos de Grindelwald e da atual Nagini - que não sabemos "se é a mesma" que foi localizada por Voldemort - Já que sua condição Amaldiçoada aponta que sua essência animal é passada de Mãe para Filha - em uma floresta na Albânia. As "Naginis" são constantemente consideradas "dignas" de sacrifícios pelas mãos dos deuses-serpente. Em um livro pesquisado por Hermione, na Câmara Secreta, o Basilisco também é apontado como uma Serpente alada ("Manual do Bruxo", Página 61).
O Chumbo e a Transfiguração são conceitos "Metafísicos".
Assim como Newt, Minerva é uma bruxa poderosíssima e com grande conhecimento - e empatia - com os animais. Ela pode facilmente identificar seres humanos disfarçados de animais (Animagos), além de perceber quando uma grande magia das trevas é executada com ou sem formato animalesco (o fogo maldito apresentado ao final de "Os Crimes de Grindelwald", além de ser azulado - como um convite ritualístico, um Umbral de passagem para o lado das trevas, que remete as chamas de "desejo" do Cálice de Fogo - também possui o formato de dragões. Este mesmo "Fogo Maldito" - feitiço raro - aparece em "Harry Potter e a Ordem da Fênix" em formato de Serpente, na batalha do Ministério da Magia entre Voldemort e Dumbledore. Segundo a mitologia desse mesmo feitiço, é possível encontrá-lo em formato de Quimera. Essa representação é perigosa porque revela antecipadamente o dom e a intenção do bruxo ao executar uma maldição de nível tão poderoso contra a sociedade mágica, o que também - justamente dentro do segundo filme - revela as intenções e quais são "Os Crimes de Grindelwald".
Por conta dessa ligação do sangue, a representação dos animais - como uma constante na série - e recorrendo a pesquisa sobre Alquimia descrita na página 232 do "Manual do Bruxo" sobre a Pedra Filosofal e outros metais, possibilita um paralelo:
Enquanto o Ouro (símbolo usado por Dumbledore e que está à frente do estudo de Nicolal Flamel) é uma das bases de linguagem "secreta" na concepção do Elixir da Vida, o chumbo é classificado como um metal "inferior", também conhecido como Metal Vil, entretanto, tem o número atômico mais elevado entre todos os elementos estáveis: isso significa dizer que Grindelwald - em uma análise de suas características - é o exemplar máximo de resistência e ataque bélico para o mundo Bruxo - inclusive quando adivinha o futuro ao utilizar um Narguilé com resquícios de Necromancia, nas cenas da Segunda Guerra e da Bomba Atômica do Mundo Trouxa, impulsionadas por um discurso que faz um paralelo impecável com o Nazismo e a extrema direita. Seus feitiços carregam uma característica azulada - que é uma representação da Nobreza e da flexibilidade do Chumbo. O Ouro enquanto símbolo também pode ser associado à alguma sociedade secreta da qual Dumbledore e Flamel fazem parte e por este motivo sua relação é simbólica e conforme traduz Carl Jung em seu "Livro dos Símbolos", o "símbolo é por vezes muito mais poderoso que a coisa em si", podendo ser um grupo, uma fraternidade ou uma concepção mágica que vai além do corpo físico.
A flexibilidade do mal
Além de todo abuso mágico, Grindelwald foi expulso do Instituto Durmstrang (Harry Potter e as Relíquias da Morte), que possui em seu símbolo uma criatura Alada, também associada ao Chumbo e as Navegações Bélicas. Sua vida está diretamente ligada ao contexto urbano e industrial, uma característica que enaltece certo apreço do bruxo das trevas pelos metais e pelo materialismo. Os alquimistas achavam que o chumbo era o mais antigo entre os metais e o associavam ao planeta Saturno, considerado o planeta da Adivinhação - O que relaciona, portanto, uma ideia de que os "Astros" coordenavam a vida Humana; Essa linha de Pensamento também foi adotada por Firenze (o Centauro), em Harry Potter e a Pedra Filosofal, logo após o ataque de Voldemort ao Unicórnio, para beber seu sangue, tentando reconstituir seu frágil corpo:
- Os planetas já foram mal interpretados antes, até mesmo pelos centauros. Espero que seja o que está ocorrendo agora (Página 223).
Os centauros também são criaturas que decidem viver em uma sociedade "à parte" do contexto bruxo, conforme aponta o livro "Animais Fantásticos", o que explica seu distanciamento diplomático devido ao alto conhecimento em Astronomia e Astrologia, também citado em "O Prisioneiro de Azkaban".
A partir de 700 d.C. os germânicos iniciaram a exploração do chumbo juntamente com a prata, nas minas existentes nas montanhas de Hartz, no vale do Reno e na Boêmia - Ao final de "Animais 2", Grindelwald vai morar em uma região montanhosa, que historicamente possui uma descrição quase exata deste ponto, também famosa pela produção férrea e de outros metais inferiores - A partir do século XIII. Na Grã-Bretanha, a partir do século XVII, principalmente nas regiões de Derbyshire e Gales, o chumbo ocasionou um grande faturamento nas fundições deste metal. Outro fator que explica a estadia de Grindelwald em áreas montanhosas é a proximidade com a comunidade gigante.
Reescrevendo o tempo
Mesmo "inviabilizado" quanto ao uso da magia e confiando no apoio de Newt, Dumbledore decide agir pela conciliação e associação - sempre com muita discrição - com outras pessoas, não por sua "honestidade" ou gentileza, mas para tentar evitar cometer os mesmos erros descritos por seu irmão - Aberforth - em Harry Potter e as Relíquias da Morte, que culminaram na misteriosa morte da sua irmã Ariana; Esse erro, conclusivo na vida de Dumbledore, permitiu que ao final deste novo episódio, Grindelwald utilizasse uma sacada de mestre contra o público e contra o então professor de Hogwarts: sabendo da força de Creedence, Grindelwald está mentido forjando uma origem que não é real? Assim como supostamente acredita-se que Ariana foi um Obscurial, Grindelwald quer apenas catalizar esse poder para uma das piores Guerras (Também apontada por Elifas Dogde em "Relíquias da Morte") do mundo Bruxo?
Será que assim como aponta Rita Skeeter (Em "As Vidas e As Mentiras de Alvo Dumbledore") e o livro Relíquias da Morte (página 21 - "Em Memória de Alvo Dumbledore", Por Elifas Dogde), essa será mais uma parte omitida do seu passado (Um irmão nunca relevado, sem amor e fraternalmente desamparado)? E para se manter dentro de Hogwarts, Dumbledore facilmente pode ter feito acordos - Inclusive com Minerva - para que seu caminho de busca e de ações políticas fossem centralizadas apenas em suas atitudes, o que pode explicar a ausência de Minerva em algumas situações.
Ou será que cego pelo poder Grindelwald não percebe o perigo que é deixar uma fênix com o agora conhecido Aurelius Dumbledore? Na mitologia que envolve a vida de Nagini, o deus pássaro, remete a figura da fênix e é por si, inimigo das cobras. Em um sentido figurativo - como a própria autora já afirmou na análise do título "Animais Fantásticos" - a cobra - assim como qualquer animal - pode ser o sinônimo de uma conduta, neste caso, da traição, o que cabe inteiramente ao comportamento bestial de Grindelwald e a sua falha de percepção ao confiar demais em Aurelius e provavelmente em Queenie, que se mostrou ainda mais misteriosa.
Como ficou evidente ao final de "Os Crimes de Grindelwald", o bruxo das trevas possui uma grande dificuldade em perceber pequenas arestas, detalhes inocentes ou a capacidade gentil das criaturas mágicas que rondam a vida de Newt Scamander. Para descobrir se essas suposições farão sentido, longos e necessários dois anos nos separam da próxima parte desta saga, prevista para ocorrer entre o Brasil (que durante os anos 30 foi um dos maiores produtores de ferro do planeta, o que pode sugerir a existência de Alquimistas no Rio de Janeiro e na Amazônia) e a Alemanha (enquanto paralelo sobre o Nazismo). Com tantas informações - que vão além do tempo de tela - J.K. Rowling mais uma vez prova que não está imune às críticas - e nem deve ser vista como tal - mas que se mantém coerente e muito responsável por aquilo que decide escrever e pelas escolhas artísticas que faz.
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Eu juro solenemente não fazer nada de bom.